Deixamos claro que este blog é um trabalho paralelo dos autores, para discussões, debates e cornetas. Você não vai aprender mais sobre futebol, apenas vai saber a opinião de cada um.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O primeiro balão

Sem muito planejamento a gurizada se encontra no meio de uma rua, na frente de um portão de lata ou em um terreno baldio. Algum tira as havaianas, mede três ou quatro passos de distância entre cada chinelo e está feita a goleira. Agora é só lembrar quem foi o último a chegar para mandá-lo para o gol. Nesse momento a bola surrada já conta mais de uma centena de embaixadinhas do metido a habilidosos da galera, soma a isso duas ou três caneladas de outros pernas-de-pau. Aos pouco vai saindo os gomos, um a um. Ainda restam 3, mas não passam de hoje.

De contragosto um deles vai para o gol. No goleiro improvisado tudo é metamorfose. Seus chinelos (agora em suas mãos) se transformam em luvas; seu chutão para cima em apito; suas defesas em milagres; até seu abrigo já ganhou um pedaço redondo de couro nos joelhos. Até que vai chegando os atrasados e acontece a última transformação no goleiro: ele vai pra linha, e a mágica dos goleiros se repete com esse último garoto que chegou para- de repente- brilhar no gol e levar para a vida toda um pedaço de couro no joelho de suas calças e abrigos.

E digo mais...

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